quinta-feira, 14 de maio de 2009

Inclusão social

Todas as pessoas são diferentes umas das outras, o seu aspecto, personalidade, maneira de encarar as coisas, etc., mas todos devem ser vistos e tratados da mesma maneira por parte da comunidade. No entanto, desde há muitos anos há exclusões por parte da sociedade para com aquelas pessoas que consideram diferentes, sejam essas diferenças a nível racial, religioso, político ou a nível de anomalias físicas ou mentais.
Para contrariar esses ideais retrógrados de que quem é diferente deve ser tratado como uma minoria, muitos são os projectos que têm ganho força e têm surgido com o objectivo de incluir os mais desfavorecidos em mercados de trabalho, em escolas, nos meios digitais e na convivência social, de forma a ser dado a toda a gente a mesma igualdade de direitos e de oportunidade, através da inclusão social.
Como é que uma pessoa com deficiência visual consegue ler?
Para esta questão ser resolvida foi inventada no séc. XIX, em França, a chamada escrita Braille por um escritor com o mesmo nome, Louis Braille. Esta é uma das maneiras mais importantes da inclusão de um indivíduo portador de uma deficiência visual, mas apresenta vários factores limitadores, tais como:
· As obras impressas são muito caras, pesadas e difíceis de manusear;
· Necessita de pessoal especializado para o seu ensino;
· Nem todos os cegos sabem ler Braille.

Audiotecas
Outra forma de inclusão, no que toca à leitura ou à aprendizagem de algo, é a criação de audiotecas, que são locais semelhantes a uma biblioteca, mas que possuem cassetes e CD’s que contêm leituras de obras literárias ou técnicas que têm tendência a auxiliar o processo de inclusão destes indivíduos. Mais uma vez, também há factores limitadores:
· A localização destes, por serem locais que têm um público-alvo específico, por vezes torna-se uma tarefa complicada, para as pessoas fazerem tais deslocações.

Dentro das áreas audiovisuais pode incluir-se a mais importante e extensa fonte de informação que existe no Mundo, a Internet. Neste momento, estão disponíveis softwares ampliadores de tela que permitem a pessoas que possuem uma visão reduzida uma utilização mais fácil desta ferramenta. Os utilizadores cegos têm outros softwares, chamados de leitores de tela, softwares esses que lêem o conteúdo que estão no monitor do computador, permitindo que os utilizadores ouçam o que está lá escrito o que o torna num dos grandes factores de inclusão.
Na escola
Embora os alunos portadores de uma deficiência visual não serem menos inteligentes que os alunos que conseguem ver bem, sentem-se excluídos por os métodos de ensino não contribuem para despertar o seu verdadeiro potencial. Estas podem demonstrar as suas habilidades nas mais variadas áreas.
Há alguns anos atrás, as escolas não aceitavam indivíduos portadores de deficiência visual, que tinham de frequentar estabelecimentos de ensino de cariz privado. Agora, a situação é outra, onde o processo de inclusão é levado a sério e é possível a um aluno com uma deficiência visual se candidatar a qualquer estabelecimento de ensino.
Neste momento, as Universidades vão-se apercebendo de que é necessário implementar sistemas de inclusão no seu programa de ensino, quer seja a nível da modificação das suas instalações, ou a nível da adopção de sistemas informáticos, de softwares que foram falados anteriormente e na elaboração de manuais escolares escritos em Braille para facilitar o processo adaptativo do aluno que possui dificuldades. Um exemplo destes softwares é o DosVox, (do qual falaremos mais aprofundadamente a seguir) que é um sistema para computadores que comunica com o seu utilizador através de uma síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de computadores por deficientes visuais, que adquirem assim, um alto grau de independência no estudo e no trabalho.

Ligação com as artes
Em vários museus, as equipas sensíveis à matéria em questão, ganham forças e reúnem esforços de modo a facilitarem o acesso de pessoas com necessidades educacionais especiais às suas actividades. Na maioria destes, nas suas exposições são utilizados os recursos visuais, dificultando a aderência de deficientes visuais às suas actividades. No entanto, estes museus têm tido iniciativas originais e inovadoras, no sentido de captarem e atraírem a atenção deste público, através da exposição de réplicas de peças de arte, textos em braille, mapas em relevo, oficinas de arte, informações gravadas em MP3, réplicas de animais e plantas e simulações de ambientes naturais.

Deficiência Visual e o Desporto
Sendo talvez a forma de inclusão mais importante de todas, o desporto para cegos é uma actividade que tem vindo a crescer ao longo dos anos, e que não é capaz de deixar ninguém indiferente ao tema, pois mesmo tendo uma importância menor em relação aos outros desportos sem serem adaptados, são capazes de mover multidões e de sensibilizar as pessoas.

São muitas as associações desportivas de apoio, não só para cegos, como também para todo o tipo de deficiências que promovem e dinamizam a prática das modalidades que foram faladas em Posts anteriores. A organização de provas e competições regionais, nacionais, assim como de internacionais (como acontece com os Campeonatos do Mundo e com os Jogos Paralímicos) são o exemplo da crescente evolução das mentalidades e da inclusão de indivíduos com dificuldades na sociedade, onde é dado a toda a gente a mesma igualdade de direitos e de oportunidades a nível competitivo.

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