quinta-feira, 14 de maio de 2009

Estrabismo

O estrabismo, popularmente denominado de “olho torto”, consiste no desalinhamento de um dos olhos em relação ao outro, ou seja, a perda de paralelismo entre os olhos, estando apontados em direcções diferentes, impedindo a existência de uma visão binocular normal.
Há três formas de estrabismo, nomeadamente: o convergente que, sendo o mais comum, trata-se do desvio de um dos olhos para dentro; o divergente apresenta um desvio para fora; já o vertical apresenta um olho mais alto ou mais baixo em relação ao outro.
Podem apresentar-se de três maneiras:
Constante: Trata-se do desvio permanente do um dos olhos. Podem então ser monoculares quando apenas um dos olhos se desvia, alternadamente, ou seja, ora se desvia um, ora o outro.
Intermitente: Não é certo, ou seja, tanto pode verificar-se um desvio, como não. Este tipo é mais frequente no estrabismo divergente.
Latente: Só é possível verificar através de testes oculares.


Diferença
Numa situação considerada normal, em que os dois olhos estão alinhados e a funcionar coordenadamente, ambos apontam para o mesmo local. A imagem de cada um é levada ao cérebro como deve ser, este processa-a, tornando-a numa imagem única.
No estrabismo, sendo que os olhos deixam de estar paralelos, apontando para locais diferentes, são levadas ao cérebro duas imagens diferentes; sendo assim, o cérebro não é capaz de as converter numa só, gerando a visão dupla.
No adulto é representada a visão dupla ou diplopia.
Enquanto que nas crianças, o cérebro tem a capacidade de ignorar uma das imagens, conduzindo, com o passar do tempo, à perda de visão desse olho (o chamado “olho preguiçoso”).

Sintomas e fisiopatologias
Os sintomas e as consequências do estrabismo não são sempre os mesmos, variam de acordo com a idade e a forma como se manifestam.
Independentemente da idade, as pessoas que apresentem estrabismos latentes terão queixas de dores de cabeça devido ao esforço que fazem para manter os olhos alinhados porque em caso de desvio, há visão dupla.
Uma das principais consequências do estrabismo é o chamado torcicolo ocular, que acontece quando a criança, ao tentar usar melhor os dois olhos, gira ou inclina a cabeça para uma certa posição.
Os estrabismos podem ser irregularmente hereditários, isto é, transmite-se, pode é não ser para a geração seguinte. Outros estrabismos vêm por acréscimo a algumas doenças como a diabetes, hipertireoidismo ou afecções neurológicas.

Como pode aparecer?
Não se sabe ao certo como funciona o aparecimento do desvio ocular. Estima-se apenas que cerca de 4 a 5% das crianças sofrem de alguma forma de estrabismo.
Sabe-se que estes casos podem estar relacionados com uma maior probabilidade de desenvolver o estrabismo, como a prematuridade, história familiar de estrabismo, paralisia cerebral, “graduação elevada” ou já baixa visão num olho (ambliopia).
Por outro lado, o estrabismo pode significar que há alguma doença que é importante diagnosticar.

O estrabismo nas crianças…
Dizem os especialistas que o estrabismo é uma patologia que afecta mais ou menos 3% das crianças. Dizem ainda que o desenvolvimento e a vida da criança estrábica é absolutamente normal mesmo não tendo visão binocular. O único contra é que há certos trabalhos que necessitam de uma visão de conjunto e de relevo que não é possível realizar em visão monocular.
Os primeiros seis anos de vida são cruciais no desenvolvimento da visão, sendo os dois primeiros os de maior flexibilidade sensorial. Os estrabismos que apareçam antes desta idade têm um mecanismo de adaptação que leva à eliminação da imagem que cai no olho desviado; assim, a criança que ficou estrábica dentro desse período não apresenta visão dupla.

Como podemos suspeitar da existência de estrabismo numa criança?
Se o desvio se mostra constante e muito visível, é fácil reconhecê-lo. Se, por outro lado, se manifesta apenas em algumas situações e de forma intermitente, pode não ser notado.
No entanto, há sinais que nos podem indicar a presença do estrabismo, nomeadamente, se a criança fechar um dos olhos ao sol, se roda ou inclina a cabeça para ver melhor, se entorta um olho quando fixa um objecto próximo ou quando esta distraída.

Tratamento
Os estrabismos podem ser corrigidos através do uso de óculos ou cirurgia. Apenas se recorre à operação caso o uso de óculos não seja suficiente para a correcção total, ou mesmo parcial (neste caso opera-se apenas a parte que os óculos não conseguiram corrigir).
Acomodativos, é o que chamamos aos estrabismos que conseguem ser corrigidos através do uso de óculos (estes estão relacionados com a necessidade de correcção do grau de hipermetropia). Apenas os desvios latentes e os intermitentes podem ser auxiliados por exercícios ortópticos.
Há ainda uma forma natural de tratamento, esta sem restrições, que se faz através de exercícios visuais ou uso temporário de óculos terapêuticos, permitindo, na maioria dos casos, ver sem lentes graduadas. Alem disso, ainda fortalecem a musculatura do sistema ocular e ajuda a reprogramar as funções visuais no cérebro.

Conselhos…
Devido à possibilidade de perda de visão ou aparecimento de outras doenças, os doentes com estrabismo devem fazer exames assim que notem o desvio ocular.

Sem comentários:

Enviar um comentário