quinta-feira, 14 de maio de 2009

Cães Guia, a história.

Um cão-guia é um animal, por norma de raça Retriever ou Labrador, que é educado durante dois longos anos para que, seguramente, conduza o dono nas suas deslocações. É através do arnês que o comunicam entre si enquanto caminham pela rua.

O arnês é essencial para o bom desempenho da função de um cão-guia e para a segurança tanto do cego como do próprio cão. É composto por duas partes, o colete e a pega. O colete junta-se ao corpo do cão por meio de fivelas e é feito duma fibra muito resistente; a pega é feita de aço inoxidável para não enferrujar enquanto andam à chuva, e fixa-se no colete. O dono do cão-guia não deve exercer nenhuma influência sobre o arnês, tem apenas que a segurar e interpretar os sinais que o cão lhe transmite através do seu corpo; por exemplo, o cego consegue detectar a presença de um degrau, mediante a inclinação do corpo do seu cão que o desce à sua frente.

A principal função do cão-guia é uma pessoa cega através dos espaços onde esta precisa de circular, é para isso mesmo que são arduamente treinados. Assim, o animal guia a pessoa de maneira a evitar qualquer obstáculo com que esta possa colidir, quer estejam ao nível do solo, como os carros mal estacionados, postes, pessoas, excrementos de outros animais, quer representem uma ameaça à cabeça do seu dono, como ramos de árvores, por exemplo.
Além de tudo isto, o cão-guia representa uma excelente companhia, devido ao contacto com as pessoas para o qual é treinado. Isto é um factor de aumento de auto-estima do cego e melhora muito a qualidade de vida do cego, principalmente a nível da sua autonomia.


A História
A primeira relação cão – pessoa cega estende-se no tempo, sendo que o exemplo mais antigo será uma gravura mural existente desde o século I na cidade de Heculaneum em ruinas romanas.

Porém, a primeira tentativa de treinar cães, a fim de guiarem cegos, partiu de um hospital francês para cegos (Les Quinze – Vingts, Paris) no ano de 1780. Oito anos depois, Josef Riesinger, treinou um Spitz Alemão tão bem que, muitas vezes, as pessoas criavam dúvidas em relação à sua capacidade visual.

Mais tarde (1819), Johann Klein, que fundou o Instituto para Educação de Cegos (Blinden-Erziehungs-Institut) mencionou num livro editado por ele mesmo, o conceito do cão-guia para pessoas com deficiência visual.
Para infelicidade de todos, as suas práticas não foram postas em prática.

Ao longo dos anos algumas pessoas (cegas ou não) foram dando seu testemunho sobre cães-guia e a ajuda imprescindível vinda do melhor amigo do homem.

Na era moderna dos cães guia, da inicio durante a 1ª Guerra Mundial, quando os feridos das frentes de batalha cegos eram aos milhares, devido ao gás venenoso.
O Dr. Gerhard Stalling, teve a brilhante ideia de treinar uma serie de cães, a fim de ajudar os soldados feridos. O que fez surgir esta ideia foi uma experiência do próprio médico, quando passeava com um dos seus pacientes e o seu cão e, este deixou-os por momentos sozinhos e quando voltou, Dr. Stalling verificou que o seu cão estava, de facto a cuidar do seu paciente cego.
Tendo em conta a serie destes acontecimentos, Stalling decidiu investigar formas de treinar cães, para que estes se tornassem bons guias e de confiança da pessoa cega. Em 1916, conseguiu então abrir a primeira escola, a nível mundial, de cães-guia para pessoas invisuais. Esta ideia cresceu dando ao mundo uma nova ajuda.

Anos mais tarde acaba esta parceria, no entanto, havia sucedido mais uma oportunidade de treinar cães-guia em Potsdam, onde nasceu outra grande escola que teve um grande sucesso. O seu trabalho foi tão bem sucedido que no seus 18 anos de existência, conseguiu educar à volta de 2500 cães-guia para cegos, tendo uma taxa de insucesso representada por apenas 6%.

Ainda na mesma época, a multi-milionária Dorothy Eustis, vinda da América para a Suíça e já tendo treinado vários cães para o exercito, policia e semelhantes, esta, quando ouviu a historia da escola de Potsdam decidiu investigar a fundo os métodos desta mesma voltando verdadeiramente impressionada o que a levou a escrever um artigo para um jornal americano “Saturday Evening Post”.

Tornando público este artigo, um cego americano afirma que “os 5 cêntimos que paguei pelo jornal permitiram-me comprar um artigo que valia mais de um milhão de dólares. Mudou a minha vida”. Este cidadão americano devide escrever a Eutis propondo a introdução dos cães-guia para pessoas invisuais nos E.U.A.

O sucesso deste desafio faz com que as escolas da Suíça e dos E.U.A (baptizadas de “O Olho que vê”) sejam as pioneiras na iniciativa moderna de treino de cães-guia.

Estas escolas foram exemplo também para o Reino Unido que depois de sensibilizados por esta iniciativa formaram também a sua própria escola de nome “Guide Dogs for the Blind Association”.

Esta ideia espalhou-se pelo mundo inteiro e hoje a vida de milhares de pessoas recebeu além de ajuda, tendo em conta que são cegos, receberam também uma amigo, o cão que mostra toda a veracidade quando se diz que o cão é o melhor amigo do homem.

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